ENTREVISTA

publicação: 01/01/2017
ENTREVISTA
PERGUNTAS E RESPOSTAS
 
PINGA-FOGO

Entrevistado: Richard Somonetti

Tema: A mensagem de Jesus

Nota: O conteúdo das respostas é de inteira responsabilidade do autor, cabendo à RIE - Revista Internacional de Espiritismo o papel de divulgação e incentivo ao estudo da Doutrina Espírita.

Obs: A entrevista pode ser divulgada livremente em outros meios de comunicação, sendo obrigatória a citação da fonte.
RIE, Dezembro de 2016 - "Pinga-fogo"
 
A mensagem de jesus
Richard Simonetti | Richard @uol.com.br

1-  Evocando as comemorações natalinas, como definir a figura augusta de Jesus?
        Segundo Emanuel o mentor espiritual de Chico Xavier, Jesus já era um espírito puro e perfeito quando surgiu a Terra, há quatro bilhões e quinhentos milhões de anos.
Foi, então, convocado por Deus para ser o governador de nosso planeta, com a tarefa de orientar os espíritos que aqui fariam estágios evolutivos, quais alunos conduzidos a um educandário para aprendizado específico relacionado com suas necessidades.

2- Há um mistério em torno do início da vida pública de Jesus, aos 30 anos. Podemos dar crédito aos que dizem de viagens que o mestre teria feito, ás fontes de Sabedoria no mundo, a fim de preparar-se seu apostolado?
       Jesus não tinha nada a aprender com ninguém, apresentando-se desde de cedo na plenitude de seus poderes e conhecimentos ilustrativos o episódio no templo, em Jerusalém; quando maravilhou os doutores da lei com os valores de uma sabedoria invulgar, inconcebível num adolescente.

3- Se já estava preparado, por que só iniciou o apostolado aos trinta anos, num tempo em que a expectativa devida não ultrapassava os quarenta anos?
Jesus não veio sozinho, Era preciso esperar que estivessem prontos os membros do colégio apostólico, alguns com relação à idade, outros à maturidade. Eles seriam os depositários de sua mensagem, a fim de que se fixasse no mundo, ou em nada resultaria a passagem do Mestre pela Terra.

4- Sendo o governador de nosso planeta, porque Jesus veio pessoalmente trazer a sua mensagem? Não poderia enviar alguém?
Segundo Emmanuel, todos os grandes vultos da humanidade, que o antecederam no campo da religião, foram enviados seus. Ocorre que a revelação de que era portador – o amor – situava-se grandiosa demais para ser confiada a um mensageiro. Nem sempre os enviados superam as limitações de seu tempo, truncando a mensagem da qual são portadores. Certamente Jesus decidiu trazê-la pessoalmente, a fim de que não houvesse distorções.

5– Não obstante, embora o mensageiro divino tenha mantido fidelidade à mensagem, o mesmo não aconteceu com o movimento cristão, ao longo da Idade Média, que entrou pelo desvio. Atrelando-se ao carro do poder temporal,
       Digamos que aconteceu uma fatalidade histórica. O Evangelho era puro demais, sublime demais para uma humanidade atrasada, presa aos impulsos primitivos da animalidade. Jesus sabia disso, tanto que proclamou que mais tarde enviaria o Consolador. O Espírito de Verdade, que viria lembrar suas lições e trazer nossos conhecimentos.

6 – Se o Espiritismo é o Consolador, porque se manifestou fora dos círculos religiosos? Não deveria ser um desdobramento do Cristianismo, no seio das igrejas?
       Seria razoável. Ocorre que o movimento cristão cerrou as portas ao contato com o mundo espiritual, cultivado em seus primórdios. As manifestações do Espírito Santo. A comunidade de espíritos superiores que orientavam o movimento, estas contrariavam as tendências imediatistas, marcadas pelo culto exterior. Por isso optou-se por remeter os médiuns à fogueira, lamentável decisão que encerrou o período das revelações.

7 – Poderá ocorrer o mesmo desvio com o Espiritismo?
Sem dúvida. Léon Denis, o Grande filósofo espírita, dizia que o Espiritismo será o que os homens dele fizerem. Não estamos isentos de desvios, que já acontecem em muitos agrupamentos espíritas distraídos do estudo e da disciplina.

8 – Nesse contexto, como situar o Natal?
Além de exercitar boa vontade para com os homens, em favor da paz, consagrada na proclamação angélica, é imperioso que como espíritas, reflitamos sobre a responsabilidade inerente à mensagem colocada ao nosso alcance. Jamais seremos suficientemente gratos a Deus pelo conhecimento espírita, que alarga os horizontes de nosso conhecimento, garantindo-nos segurança de viver. Entretanto, devemos estar conscientes de que, como ensinou Jesus, muito será pedido àquele a quem muito se ofereceu. Estamos correspondendo às expectativas de Deus? Estamos trabalhando pela disseminação do abençoado conhecimento espírita de forma disciplinada, com fidelidade doutrinária? Ou nos situamos como meros beneficiários de suas bênçãos ignorando voluntariamente as responsabilidades inerentes ao conhecimento?
Vale Lembrar: 

Kardec nos oferece a mesma visão da inutilidade de todas as iniciativas em favor da redenção humana, se faltarem o componente básico, ao proclamar,

Fora da Caridade não há Salvação.

Alziro Zarur dizia:

Fora da caridade não há felicidade, fora do bem não há salvação para ninguém!



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